Discurso Direto e Indireto

Exemplos:

Fala do personagem: Eu não quero mais trabalhar.
Discurso indireto: Pedro disse que não queria mais trabalhar.

Fala do personagem: Eu não roubei nada deste lugar.
Discurso indireto: O acusado declarou à imprensa que não tinha roubado nada daquele lugar.

Você notou que, na transcrição indireta do discurso, há modificações em algumas estruturas gramaticais, como no tempo verbal (quero, queria; roubei, tinha roubado), nos pronomes (deste, daquele), etc. Confira a tabela de transposição do discurso direto para o indireto:

DIRETO - Enunciado em primeira ou em segunda pessoa: “Eu não confio mais na Justiça”; ” Delegado, o senhor vai me prender?”

INDIRETO – Enunciado em terceira pessoa: O detento disse que (ele) não confiava mais na Justiça; Logo depois, perguntou ao delegado se (ele) iria prendê-lo.

DIRETO – Verbo no presente: “Eu não confio mais na Justiça”

INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: O detento disse que não confiava mais na Justiça.

DIRETO – Verbo no pretérito perfeito: “Eu não roubei nada”

INDIRETO – Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no pretérito mais-que-perfeito: O acusado defendeu-se, dizendo que não tinha roubado (que não roubara) nada

DIRETO – Verbo no futuro do presente: “Faremos justiça de qualquer maneira”

INDIRETO – Verbo no futuro do pretérito: Declararam que fariam justiça de qualquer maneira.

DIRETO – Verbo no imperativo: “Saia da delegacia”, disse o delegado ao promotor.

INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O delegado ordenou ao promotor que saísse da delegacia.

DIRETO – Pronomes este, esta, isto, esse, essa, isso: “A esta hora não responderei nada”

INDIRETO – Pronomes aquele, aquela, aquilo: O gerente da empresa tentou justificar-se, dizendo que àquela hora não responderia nada à imprensa.

DIRETO – Advérbio aqui: “Daqui eu não saio tão cedo”

INDIRETO – Advérbio ali: O grevista certificou os policiais de que dali não sairia tão cedo...

Discurso indireto livre: Esse tipo de citação exige muita atenção do leitor, porque a fala do personagem não é destacada pelas aspas, nem introduzida por verbo dicendi ou travessão. A fala surge de repente, no meio da narração, como se fossem palavras do narrador. Mas, na verdade, são as palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem avisar a ninguém.

Exemplo: Carolina já não sabia o que fazer. Estava desesperada, com a fome encarrapitada. Que fome! Que faço? Mas parecia que uma luz existia…

A fala da personagem – em negrito, para que você possa enxergá-la – não foi destacada. Cabe ao leitor atento a sua identificação.


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